FLUVIÁRIO - MORA (Alto Alentejo)

Visita de Estudo - ADEPART - 11 de Novembro de 2007

“O Fluviário de Mora foi o maior projecto municipal construído no Alentejo, permitindo combater a desertificação e colocar Mora no mapa da Europa”.


“Há quatro anos decidimos realizar um projecto que implicasse uma grande notoriedade para o concelho e fixasse as pessoas na região, e hoje, após os condicionalismos de termos conhecido cinco ministros do Ambiente, a obra está pronta e esperamos que este investimento público de mais de seis milhões de euros vá rebocar a iniciativa privada e a consequente criação de emprego”, disse José Sinogas, lembrando que ficam disponibilizados 17 hectares de terreno para projectos privados, entre os quais estão já garantidos um Hotel, Restaurantes, uma empresa de passeios de barco e um centro comercial.
 

O Fluviário de Mora é uma obra conjunta da Teixeira Duarte e da Promontório Arquitectos, que inclui empresas como a Consestudi, firma americana especializada em museus vivos, Y-Dreams, para a concepção multimédia, além da participação de nomes como Pedro Salgado, considerado o melhor ilustrador científico do mundo, e Henrique Cayatte, que produziu o logotipo e a sinalética do edifício e Turmar, responsável pela captura e entrega dos peixes.
   


O Fluviário de Mora situa-se a apenas 100 km de Lisboa...

O Fluviário de Mora situa-se a apenas 100 km de Lisboa e é uma infra-estrutura única na Europa, e a 3ª do género no mundo, estando a receber há semanas os primeiros exemplares para a fase de quarentena, nomeadamente espécies como pimpões, achigãs, tainhas, barbos chanchitos, piranhas e enguias, além das lontras asiáticas, o único mamífero previsto.

Constituído por um conjunto de aquários e espaços envolventes, o Fluviário vai permitir observar as diferentes espécies de peixes, através de uma exposição de habitats naturais, aquáticos e terrestres, num percurso entre a nascente e a foz de um rio. Espécies exóticas de África e América do Sul também vão fazer parte da mostra.


O Fluviário é uma iniciativa da Câmara Municipal de Mora

O Fluviário é uma iniciativa da Câmara Municipal de Mora, a única autarquia nacional com a certificação total dos seus Sistemas Integrados de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança, de acordo com as normas ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001/NP 4397.   

Têm um ar ameaçador e metem respeito. O corpo é comprimido, focinho curto e arredondado, com mandíbula saliente. A ligeireza com que trituram um camarão inteiro com casca denuncia dentes afiados. Quem havia de dizer que um dia o Alentejo teria piranhas vermelhas? Mas elas aí estão, entre as maiores atracções do Fluviário de Mora, que hoje é inaugurado, sugerindo um passeio entre a nascente e a foz de um rio, através de um conjunto de aquários, por onde se distribuem 500 exemplares de 72 espécies de peixes e de outros animais. Um tipo de "oceanário" de água doce. É a primeira estrutura do género na Europa e a terceira em todo o mundo.


Tal como viviam no Amazonas, as piranhas-vermelhas estão confortavelmente instaladas numa água que atinge uma temperatura superior aos 30 graus. Na hora da refeição, os camarões são o "prato preferido", alternados com uma ração à base de carne. Esta espécie alcança os 30 centímetros de comprimento, havendo exemplares em Mora que ainda nem chegaram aos dez.


O Fluviário apresenta mais peixes exóticos...

Mas o fluviário apresenta mais peixes exóticos. Há para ver seis peixes-facas, dez pacus-negros e cinco aruanãs-prateados, oriundos da América do Sul, da bacia amazónica e dos lagos africanos, que vão coabitar com as várias espécies portuguesas de água doce, caso dos pimpões, achigãs, tainhas, chanchitos, enguias ou trutas mergulhadas em águas gélidas. Ali ao lado das piranhas não faltam ainda seis rãs-seta-venenosas, de cores deslumbrantes, sete peixes-gatos, 30 peixes-azuis-cauda-de-lira, três bichir-cinzentos (enguia-dinossauro) e 16 ciclídeos-de-thomas e um trio de ciclídeos-amarelos, estes últimos representantes do lago Malawi. Há ainda dois pares de lontras que já estão habituadas à presença humana e ao regime alimentar implementado.Projectado há cinco anos, o fluviário é uma obra de valor superior a seis milhões de euros, sendo que, após terem sido capturados, todos os peixes foram sujeitos a um período de quarentena, a fim de serem submetidos a uma desparasitação para evitar possíveis contaminações das outras espécies aquando da sua colocação no sistema de aquários.O presidente da autarquia, José Sinogas, garante ao DN existir uma grande expectativa em torno deste projecto, que ocupa 2300 metros quadrados em pleno Parque Natural do Gameiro, nas margens da ribeira do Raia, admitindo que as exposições permanentes da fauna e flora possam atrair ao concelho 200 mil visitantes por ano. Para além de estar a apenas cerca de cem quilómetros de Lisboa, o fluviário apostou forte na promoção em Espanha, sem perder de vista as questões pedagógicas e de investigação com a abertura às escolas.Hoje, o Fluviário de Mora já é candidato ao mais prestigiado Prémio Europeu de Arquitectura, tendo a obra estado cargo da empresa Teixeira Duarte, em parceria com a Promontório Arquitectos. A construção foi financiada, em cerca de 50%, pelo Programa Operacional da Região do Alentejo, tendo outra metade sido paga pela autarquia.


Habitats aquáticos e terrestres à disposição da curiosidade

Piranhas, enguias, pimpões, lontras. O único fluviário da Europa é hoje inaugurado em Mora, no Alentejo. Um espaço aberto às escolas, com um laboratório para estudar de perto várias espécies do mundo.
 
As primeiras espécies chegaram com antecedência para a fase da quarentena. Como mandam as regras. Pimpões, achigãs, taínhas, barbos, chanchitos, piranhas, enguias e lontras asiáticas fizeram as malas mais cedo para engrossarem a lista dos novos inquilinos do primeiro fluviário da Europa e o terceiro do mundo. E há peixes e mamíferos que vêm de longe: de África, da América do Sul, da Amazónia. O Fluviário de Mora, no Alentejo, abre hoje as portas com pompa e circunstância. Com a presença do presidente da câmara local, José Sinogas, e do presidente do conselho de administração do próprio fluviário, Vítor Marques.

O espaço, localizado a 100 quilómetros de Lisboa, é inaugurado hoje com uma visita pormenorizada aos habitats naturais, aquáticos e terrestres - os pontos mais ricos do fluviário. Os novos habitantes são enquadrados num contexto o mais natural possível. Com a ajuda de vários aquários é recriado o percurso de um rio, da nascente até à foz, para que os visitantes tenham a oportunidade de observar como se comportam a fauna e a flora. Sem amarras.


O Fluviário de Mora é também um instrumento pedagógico. Há conteúdos para explorar. O presidente do conselho de administração do espaço, Vítor Marques, garante que os alunos das escolas são um público privilegiado pelas vertentes que o fluviário coloca à disposição dos mais pequenos. Além de todo o percurso natural, há um laboratório apetrechado e pronto a ser usado pelos mais novos, como se estivessem numa sala de aula. "Onde as crianças das escolas podem desenvolver a parte da conservação e protecção ambientais", explica o responsável. E como em qualquer lugar científico que se preze, há material microscópico para analisar à lupa o que se passa com determinadas espécies.

Mas não é tudo. O Fluviário de Mora reservou uma zona com conteúdos multimédia para uma apurada compreensão de pormenores ou acontecimentos que podem escapar à vista desarmada. Vítor Marques adianta que os estabelecimentos de ensino podem marcar visitas guiadas, acompanhadas por quem percebe da área: uma professora do Ensino Básico especialista na matéria e uma técnica de Turismo. Todas as dúvidas podem ser tiradas na hora, para saciar a curiosidade. "As escolas estão a inscrever-se em grande número, a procura tem sido grande", revela.

O responsável pelo Fluviário de Mora está satisfeito com a estrutura, única no país, que pretende dar uma oportunidade de ouro aos mais jovens de espreitarem como funciona a Natureza, sem condicionalismos. Além disso, o espaço está aberto a quem queira desenvolver e aprofundar conhecimentos, ou seja, fazer investigação nas várias vertentes da Biologia. A componente pedagógica está, portanto, na primeira linha das prioridades de um fluviário que nasceu para consolidar ou mudar ideias e desbravar novos caminhos na mente de gente de todas as idades, interessada em ver de perto espécies marinhas que encontraram agora uma nova morada com todas as condições para serem o que são. Há todo um habitat feito à medida de um universo típico de um fluviário.

"Não é comum, não é normal, no interior do país, nascer um equipamento desta natureza, desta dimensão e com estas características", sublinha Vítor Marques. E nada foi deixado ao acaso numa obra avaliada em mais de seis milhões de euros. A empreitada foi depositada nas mãos de um consórcio com créditos firmados em erguer museus vivos, enquanto a concepção multimédia foi entregue a responsáveis que se movem bem na área. O fluviário teve ainda o dedo de Pedro Salgado, na ilustração, e Henrique Cayatte, no logotipo e sinalética do edifício.

As expectativas são elevadas. A Câmara Municipal de Mora, promotora do projecto, espera um fluxo de cerca de 250 mil visitantes por ano. O combate à desertificação é um aspecto que ajuda a explicar o investimento municipal, que também procura colocar o município no mapa europeu. Visita puxa visita e a dinamização do comércio local espera ganhar com o fluviário que criou 25 postos de trabalhos directos.